terça-feira, 18 de novembro de 2014

loucura certa

acendi o último cigarro, cruzei a rua e te inventei perfeito num ínfimo imaginário
- quem, eu?
- sim, sem nem saber
soltei a fumaça, revirei os olhos e dancei recatado pra mim no meu íntimo
caligrafei no papel meus devaneios de um acervo que é só meu e ninguém mais
e sonhei naquele instante
desci em afago
dei o último trago
senti o amargo
e por fim, no chão caiu
construindo a despersonificação de alguém que agora eu era assim
mas parei e reparei
do consumo que se é consumido, drogas lícitas pra suprir a dor, carbono velho pra rotular
- mundo, eis aí sedentário na mesma rotação
- louco!
- loucura não compreendida, é criatividade jogada no ralo da pia
se digo o que sou e me refiro a mim, possa ser que eu não seja eu, mas sou o que tiver de ser quando aqui estou

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