quinta-feira, 18 de junho de 2015

antes do fim

ela é de preto e eu quero vesti-la
ele quer mergulhar na noite calada de angústia e silêncio
ele não vê o começo nem o fim, nem a luz, apenas deseja que acabe
agora não sente os sentidos, não se motiva a prosseguir por cima e vai
e tenta
e cai
na queda é duro a levantar
e ao tentar levantar, o desespero toma conta
a boca amarga, as meias palavras, a visão turva
o preto escorre o rosto
o vermelho escorre os pulsos
o cinza permeia o céu
e a morte, o pôs seu véu