Sob as nuvens pude ver o quanto o mar é infinito, e o céu é lindo. E me perdi em toda aquela imensidão, outro mundo, outra sensação, me trazendo lembranças, reflexões, e saudades.

Senti falta das mãos cujo nunca pude sentir o calor transpirarem entre as minhas, senti falta daquela voz que me vinha à mente, da presença sincera, senti falta do vendo que varria as nuvens enquanto houver ar pra respirar. E olhar o céu e o mar, é como ver o casamento perfeito, uma unificação de duas matérias, de duas cores, dois seres tornam-se uma só, e meu olhar perdia-se naquele infinito ilimitado, limitando-se a um ponto, em vários pontos.
Pude fechar os olhos em instantes e me atirar naquela imensidão, dois corpos, unificado a quatro, meu ser, todo meu, só nós. Fui egoísta, fui amante, fui pássaro, mas não pude deixar de me entregar à cognição depois de ter tido esta visão, este desejo.
Mas é que quando fecho os olhos, sinto aquelas mãos me envolver como nuvens, é instigante. E meu corpo e o desejo comprimiam-se tão destilado que quase me atirei do céu, mas preferi me atirar em meus desejos, e sonhos onde pela certeza eu teria, e me contentei.
E mais uma vez sob as nuvens senti saudade, tomei um suco pra aliviar o mal estar, olhei as horas, ouvi a “Pedra fundamental”. E eu estava tão longe do que eu queria, porém tão perto de chegar, que lutar não valia à pena, eu estava ali a permear entre o céu e a terra.
